terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Quase finito

Com o final do ano cada vez mais próximo, para mim tem se tornado quase impossível evitar uma sensação bem característica dessa época: uma mistura de cansaço, desmotivação, angústia e alívio. Dois mil e dez foi para mim, assim como para tantas outras pessoas, um ano bastante difícil. Fazer uma retrospectiva dele faria você rir, chorar, ficar de cabelo em pé, sentir inveja e, por muitas vezes, alívio por não ter estado no meu lugar.
Não quero fazer drama porque já tenho uma fama de “emo” já há muito consolidada. A intenção é dividir com todos essa sensação estranha que anda me arrebatando nas últimas semanas e que eu tenho certeza que não é exclusivamente minha. Aquela sensação de finalmente esse ano estar chegando ao fim e, ao mesmo tempo, uma espécie de tristeza por ter de me desapegar de todas as rotinas a que fui submetida durante esses estranhos, divertidos e diferentes doze meses.
Por mais que eu me considere desapegada e bastante adaptável a novas rotinas, devo admitir que me parece muito estranho ter que mudar todos os meus horários e deveres no ano próximo. E mais estranho ainda me parece o fato de eu estar me obrigando a mudar tudo de novo. Sim, porque muitas pessoas nesse mundo todo não mudam quase nada nas suas vidas de um ano para o outro. Para muitas, a noite da virada de ano não passa de mais uma noite comum regada a champagne e com alguns fogos de artifício.
Mas para mim é sempre tão diferente. Todo ano é a mesma coisa: um mês e meio antes do término do ano começa o meu processo de avaliação retrospectiva. Essa parte não é tão angustiante pois não se pode fazer muito a respeito do que já foi feito. Não me permito remoer muito o passado porque, muitas vezes, ele pode ser bastante tóxico.
A pior parte, na verdade, é aquela em que começo a pensar o que vai ser do próximo ano: os cursos que farei, os lugares que trabalharei, onde irei morar, as baladas que irei, as pessoas que conhecerei, o dinheiro que precisarei. E acreditem, eu consigo realmente ficar pirada com isso. E quando eu, que sou tão falante, começo a ficar em silêncio e com a testa enrugada as pessoas começam a perguntar o que está acontecendo. E quando respondo a essa pergunta é que me dou conta do quanto estou sendo ridícula. Sim, ridícula. Porque planos todos nós fazemos, mudanças todos desejamos, mas nem todos conseguem ficar malucos com isso.
O post de hoje tem um grande toque de auto-consolo. Estou tentando desesperadamente não me desesperar. Estou tentando realmente acreditar que é difícil plantar frutos em uma terra que ainda não está preparada para recebê-los. Estou tentando escrever este post sem pensar nos que escreverei no ano que vem.
Mas não adianta. Como sempre, estou aprendendo, aos poucos, a não me atropelar. Eu estou quase conseguindo me controlar o suficiente pra não me atirar da ponte Hercílio Luz. Mas o quase ainda é meio vago: estou quase conseguindo, estou quase enlouquecendo... Ainda bem que o ano é QUASE finito.

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