sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Amor: o desafio dos novos tempos.

            Sempre que estou esperando para ser atendida na fila do supermercado a primeira coisa que eu vejo é aquela infinidade de revistas de todos os gêneros repletas dos mais variados tipos de artigos. E não há uma que não fale sobre todos os tipos de desafios que enfrentamos nos novos tempos: profissionais, financeiros, domésticos, estéticos, acadêmicos. Desafios, desafios e mais desafios. Jamais subestimei qualquer um deles, sejam de que tipo for. Mas ultimamente tenho pensado que o grande desafio dos novos tempos é, de fato, o amor.
            Sim caros leitores, o amor. Mas não falo do amor fraternal ou do amor familiar. Falo do amor romântico, o amor de namorados, o amor do sexo e o sexo do amor. Ele, que devia fazer parte da vida de todos, hoje em dia é artigo de luxo.
            O mundo, o MSN, o Orkut, o facebook, as baladas e os círculos de amigos estão cheios de pessoas interessantes. Engrenar um relacionamento e trocar alianças tem se tornado mais fácil do que nunca, mas está cada vez mais difícil encontrar um companheiro.
O companheiro é namorado, amante, amigo, confidente, colega de quarto, parceiro de cama, a outra metade da laranja, a alma gêmea, a tampa da panela ou tantas outras palavras com as quais você deseje nomeá-lo. É aquela pessoa que não está nem atrás nem à frente de você, é aquela que está ao seu lado.
Muitas esposas demoram anos para descobrir que seus maridos não são seus companheiros. Que aquele homem que deu-lhe uma aliança não lhe deu seu coração. Que aquele homem que pagou as contas não deu sua atenção. Que aquele homem que deu seus votos não doou seu tempo.
E quando falo em companheiro não estou falando de um parceiro perfeito. Estou falando do parceiro que se adapta, aquele que é flexível, aquele que sonha junto com você, aquele que antes de namorado é amigo (e a recíproca tem que ser verdadeira).
Muitos relacionamentos terminam porque os casais estão percebendo que apenas estar junto não é o suficiente para estar feliz. E outros tantos relacionamentos nem começam porque as pessoas têm medo de perder as suas liberdades. Têm medo de descobrir que a pessoa que amam e escolheram para viver não queiram se encaixar com seus sonhos e desejos, não queiram partilhar do prazer que existe em sonhar junto. E é por isso que digo: união é diferente de companheirismo.
Não basta apenas estar com alguém que lhe entenda, mas que também queira caminhar com você. Não basta apenas estar com uma pessoa bonita, mas que também tenha caráter. Não basta apenas estar com alguém que lhe ajude a pagar as contas, mas que também queira investir num sonho conjunto. Não basta apenas estar com alguém que faça sexo com você, mas que também faça amor. Não basta apenas estar com alguém que lhe ame, mas que também lhe incentive em todos os aspectos da sua vida. Não basta apenas estar com alguém que tenha objetivos, mas que tenha objetivos que complementem os seus.

NÃO BASTA APENAS ESTAR COM ALGUÉM QUE LHE DIGA: “VAI”. É PRECISO ESTAR COM ALGUÉM QUE DIGA: “VOU COM VOCÊ”.

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