quinta-feira, 28 de outubro de 2010

E viva os "caretas"!

Já não é novidade pra ninguém a quantidade desmedida de distrações e entretenimento de que a vida noturna dispõe. Em vários momentos da vida ela está presente e é necessária, principalmente no início da juventude.
Tudo isso seria bastante natural, não fosse os excessos que muita gente anda cometendo e, inclusive, achando excitante.
Meninas caindo de bêbadas e até aceitando bebida de estranhos - já ouviram falar em Boa noite Cinderela? (aquela menina que foi estuprada aqui em Florianópolis por dois meninos e acordou com um controle remoto dentro da vagina há alguns meses atrás não me deixa mentir) , meninos apostando pra ver quem bebe mais baldes de bebida sem antes vomitar a bile, gurizada pegando o carro do pai depois de encher a cara e, com sorte, chegando em casa sem matar gente inocente pelo caminho.
Não não, não sou nenhuma moralista de meia-idade fazendo apologia à completa abstinência. Até porque tenho vinte anos e também já fiquei bêbada.
Todo mundo bebe de vez em quando, nisso não há problema algum. Não sou contra o divertimento, a bebida nem os happy hours. O problema é que, não contente em se colocar à prova, tem gente que coloca a vida dos outros na mesa de apostas. É claro que, com um mínimo de sanidade, ninguém faz isso de propósito. Esse é o ponto: muitas vezes, o exagero faz sombra à sanidade de quem pega pesado na bebida e o que era para ser um movimento inocente pode virar uma catástrofe (os noticiários provam que não estou contando nenhuma novidade).
 Não bastasse os perigos do álcool excessivo ainda têm aqueles que o misturam com outras substâncias. Ah sim, aquele festival de “guloseimas” nada infantis: a bala, o doce... Tem também a erva. Aparentemente inocentes mas bastante alucinógenos – e ilegais.
Não sempre, mas muitas vezes, eles podem ser apenas as “boas vindas” para problemas bem mais sérios e definitivos: drogas potencialmente mais perigosas, tráfico de drogas, desestruturação de famílias, vício, assassinatos por dívidas (tenho conhecidos que sabem muito bem o que é isso)... É evidente que em determinados lugares esses efeitos não são sentidos com tanta intensidade e muitas vezes nós mesmos fechamos os olhos para isso. Mas é nítido o efeito que as drogas têm em vários aspectos dentro da vida urbana das grandes cidades: as drogas inclusive ajudarm a  financiar o tráfico de armas e incentivam outros crimes.
Eu mesma, quando viajei para Curitiba fui assaltada por um menino nitidamente viciado em crack com uma faca de cozinha. Ele levou apenas o meu celular. Alguém se arrisca a palpitar o que ele compraria com o dinheiro da venda do celular?
Tudo bem, quem nunca teve amigos que consumiram alguma droga? Quem nunca teve curiosidade de experimentar? Pra isso, até eu. Mas agradeço todos os dias que meu juízo e covardia (alguns acham que é coragem) me impediram de transformar a curiosidade em certeza. E isso rendeu alguns julgamentos.
É aí que cabe o questionamento: que tipo de padrão é esse em que se você tiver o mínimo de juízo e zelo pela sua saúde você é julgado como careta?
O problema é que a gurizada nova (e me coloco nesse grupo) cresce ouvindo e lendo que a vida só é prazerosa e excitante quando se parte para os excessos e prazeres momentâneos. “Curta a sua vida ao extremo”. Como você vai curtir a vida se passa mais tempo fora de si do que são? “Tenha o que contar para os seu netos”. Peraí, você teria orgulho de um dia contar para os seus netos o que você andou fazendo quando tinha a idade que tem hoje?
Não pretendo aqui recriminar e apontar as pessoas que já tiveram essas experiências. Eu já tive vontade de tê-las. Também não encorajo ninguém a se afastar de algum amigo nessa situação, se for realmente amigo e não má influência.  
Estou tentando emitir um alerta do perigo a que estão se expondo essas pessoas e o quanto estão, sem saber, dentro de péssimas estatísticas. Os prazeres imediatos podem culminar também, nos casos mais graves, em mortes imediatas. Todos nós conhecemos alguém que já morreu , direta ou indiretamente,  por causa de drogas.
Curtir a vida ao máximo não é se entupir de drogas, fazer milhões de “amigos” em raves, encher a cara com freqüência e chegar aos trinta anos sem uma parte do fígado. Curtir a vida ao máximo, pelo menos para mim, é ter um equilíbrio: saber se divertir e usufruir (muuuito) das festas, beber de vez em quando em boa companhia, manter boas amizades e nunca esquecer da saúde em detrimento de qualquer prazer supérfulo. Afinal de contas, você não vai ter o que contar para os seus netos se não chegar saudável até a terceira idade...
E viva os caretas!




Nenhum comentário:

Postar um comentário