terça-feira, 17 de maio de 2011

Entre uma nota e outra: a saudade


            A música é e sempre foi uma das minhas maiores paixões. E também é um dos poucos itens que não posso esquecer de levar na bolsa do trabalho, da academia, da escola ou do fim-de-semana. Onde eu estiver, meu mp3 vai comigo.
            E hoje, quando estava voltando do trabalho aconteceu o que tanto odeio: a bateria acabou e lá se foi minha trilha sonora até chegar em casa. E foi nesse instante que eu percebi algo que há muito se passava despercebido por mim (justamente porque eu andava muito ocupada tentando entender como aquele guitarrista conseguia fazer aquele solo tão bem). Minha música de cada dia havia se tornado uma distração. Mas não distração dos problemas, dos deveres, não uma forma de relaxar. Havia se tornado uma distração de mim mesma, um inibidor de contato com o meu “eu interior”.   
            Eu sempre fui um ser bem extrovertido, mas sempre reservei alguns momentos do dia para passar comigo mesma mas, ultimamente, tenho ocupado esses momentos com o máximo de atividades que se possa imaginar. E quando não tenho mais nenhuma outra opção ou companhia, meu mp3 é a única saída. É a única maneira que encontro de não ficar a sós com o silêncio da minha mente.
            Aaaaah e isso me incomoda terrivelmente porque nunca fui daquelas mulheres que se escondem de si mesmas. Aprendi a não fugir dos meus dramas e enfrentar qualquer um deles que fosse por menor que fosse. Posso deixar algo inacabado com outra pessoa, mas jamais comigo mesma. E cá estou eu bancando a pirralha, fugindo a todo custo do chamado da minha mente que grita desesperadamente: “Ei, será que dá pra prestar atenção em mim e parar de tentar descobrir como a Hayley Williams faz aquilo com a voz?!!”.
            E cá estou eu escrevendo pela primeira vez desde que saí de Floripa. Sim, porque eu só consigo escrever quando deixo minha mente falar, e por causa de uma droga de bateria que acaba no meio do caminho hoje eu finalmente ouvi seus gritos desesperados.
E justamente por isso eu não estou escrevendo sobre minha despedida, sobre como sinto falta dos amigos de lá, sobre como eu me enganei com muitas pessoas e me surpreendi com outras. Estou escrevendo sobre como tenho tentado a todo custo não pensar em você e em como você está, não pensar em como a vida é engraçadinha comigo, em não pensar como fui cair nessa de novo (a gente sempre pensa que está vacinada), em não pensar em como a saudade tem me esmagado por dentro, em tentar a todo custo não bancar a molenga e começar a chorar. Bom, eu já estou exigindo demais de mim mesma escrevendo isso certo? Vocês não querem que eu diga o que está acontecendo comigo porque já é bem óbvio não?
Enfim, bem feito pra mim que eduquei meu inconsciente a ser tão sincero comigo que quando eu quero que ele fique quieto ele se rebela contra mim e me joga na cara tudo que eu não precisava perceber. Satisfeito agora que conseguiu me fazer chorar?
Final da história: enquanto escrevo esse texto, a bateria do meu mp3 está sendo devidamente carregada. Bem que você pensou que eu ia poupar um pouco o meu mp3 e fugir menos de mim mesma né? Mas sinto muito, já fui sincera o suficiente por um dia não acha? Não se surpreenda se passar por mim na rua e eu estiver com fones de ouvido e um Ray Ban daqueles bem grandes de lentes bem escuras.

Um comentário:

  1. Olá..

    To te seguindo..

    e se kiser tbm me seguir.. fike a vontade..

    Abraços

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